04 março 2002

Cara, chego a ter pena do camarada...

O biólogo Mario Moscatelli transformou a vida numa cruzada ambiental, e o que é importante, sem pedir canonização em troca.

Desesperado - e quem o conhece, sabe que esse é o termo adequado - com o estado de preservação dos manguezais e lagoas do Rio, ele (além do trabalho de pesquisador e professor universitário) vem sendo alto-falante de denúncias, cujo teor costuma ser um só em todos os casos: o jogo de empurra entre estado e município na hora de assumir responsabilidades e na hora de dividir desculpas ou culpas.

A cena dele, sentado, aos prantos, no manguezal do fundo da Baía de Guanabara, quando do vazamento de óleo da Petrobrás em 1999 que destruíra anos de trabalho no repovoamento do mangue, ficou marcada.

Idependente e idealista em suas batalhas, se entregando, teimando em que o resultado vá ser positivo, nos ensina que é preciso persistir.

Lembro que, na mortandade de peixes da Rodrigo de Freitas em 2000, quando as socialites fizeram aquela viadagem de "abraçar a Lagoa", alguns ativistas de sei-lá-qual-partido lançaram o nome dele a um cargo qualquer ,inclusive espalhando cartazes pela zona Sul.

Ele não só recusou veementemente a indicação, em todos os meios de comunicação, como ficou muito puto com quem tinha feito aquilo.

Mosca: obrigado, de coração.

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