11 dezembro 2002

Claro que o fato do Jô soares ser uma mala narcisista atrapalha um bocado, mas agora estou assistindo em seu programa a entrevista do jornalista Percival de Souza, repórter investigativo dos que não se fazem mais.

Ele está lançando um livro - Narcoditadura - O Caso de Tim Lopes - sobre a anatomia do tráfico carioca e como e em que circunstâncias se deu o assassinato do jornalista Tim Lopes.

Além da narrativa do crime, Percival ataca sistematicamente a incompetência, complacência, corrupção das autoridades de segurança do estado que desaguou na situação que vivemos hoje.

A inépcia da polícia carioca, o descaso das autoridades, o acordo tácito entre o legal e o crime (pelo qual o estado não ataca o tráfico e o tráfico não esquenta o asfalto) mantendo as aparências.

Tudo, claro, sabido e público.

Tudo, claro, sob os auspícios dos governadores desse mesmo estado (no caso de Tim Lopes, Garotinho).

Além disso tudo, ainda temos que lidar com nossa própria hipocrisia, que faz eleger (novamente) a herdeira desse último desmando, que leva a complacência com os usuários de drogas, assumindo-os como doentes (apenas 15% da clientela de traficantes é de dependentes químicos, no mais, são os usuários eventuais que sustentam o tráfico, e em última análise, tão responsáveis quento o Elias Maluco pela morte de Tim Lopes), que leva ao hábito de conviver com essa violência tornando-a um ritual banal de nossas vidas.

Leia esse livro.





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