Eu fiquei uma semana, sei lá, sem pintar por aqui por conta de uma obra que, terminada, desembocou numa mudança de um escrotório (com "o" mesmo) para um escritório.
Saldo: as pontas dos dedos completamente comidas de pó de gesso e crimpagem de terminasi de rede, a lombar estourada, uma pusta dor muscular - aliás descobri músculos que nem suspeitava que tinha, por conta disso - e horas e mais horas de atraso pra tirar de cama.
Mas pelo menos agora, olho pela janela e posso ver (ao invés da pisagem concretada de antes) a entrada da baía, a ilha de Villegnon, o MAM, Pão-de-Açúcar, o movimento do Santos Dumont, Icaraí ao longe, os fortes de S. Sebastião e Sta. Cruz e, claro, algum concreto também.
Bom, em quantas cidades do mundo você pode trabalhar e ter uma vista como essa?
Dá pra contar nos dedos?
Nem isso.
Com todo seu destempero social, provocado por sucessivos governos populistas e em grande parte de sua estrutura, corruptos, largando no nosso colo toneladas de violência, apesar disso, o Rio continua lindo, e como bom carioca, não tenho porque rejeita-la quando mais precisa do meu amor.
É aqui que eu vivo e quero continuar a viver, por isso, devo descobrir como contribuir para que isso seja possível.
01 agosto 2002
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