11 novembro 2004

Da série "Meu Passado me Condena"

Ano: 1984
Local: Um quarto no alojamento masculino da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Cena: Três estudantes olham para uma geladeira aberta.

- E aí? Sobrou o que?
- Tem meio pão de forma, o que sobrou do macarrão com lingüiça do almoço, meio saco de queijo parmesão e um pote de mostarda preta...
- Só?
- Só.
- Maionese? Não tem maionese também? Nem leite?
- Nem leite, nem maionese. Porra, só tem isso aí.

Então, os três amigos, irmanados no sentimento vindo da larica pós-oito-horas-aula, congraçados na profundidade da fome em contraste com a superficialidade de seus bolsos, não titubeiam: inventam o sanduíche-medusa!

Este singelo acepipe nada mais é do que sobra de macarrão com lingüiça, coberto por alguma mostarda preta, sutilmente salpicado de parmesão e emparedado por duas (ou três, para os mais gulosos) fatias de pão de forma. Note, isso tudo sem maionese, preservando o sabor natural do macarrão au gás freon...

Ah, claro... O nome do sanduíche vem da mitologia grega... A cabeça da medusa era coberta por cobras no lugar de cabelos, exatamente a imagem do macarrão escapando pelas bordas do pão de forma (de preferência, seven-boys).

Post dedicado aos grandes Edu Piranha e Claudio Ovo, companheiros de insensatas bebedeiras, inomináveis ressacas e promessas quebradas ("quero ser um cão leproso se beber novamente").

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