16 novembro 2002

Eu ouvi todo mundo detonando o Tribalistas e - mesmo desconfiado de que era uma bosta - não comentei.
Não que minha opinião seja relevante, mas por gostar do trabalho da Marisa Monte (mais ainda quando ela cai no samba), aliás, isso também não é relevante...
Bom, escutei o dito cujo ontem e agora posso encher a boca: é, de fato, uma bosta!
A pose pseudo-vanguardista dos três é um pé só!!!
Carlinhos Brown rei do esporro-não-produtivo-afro-baiano-percusivo-nos-ovos e Esquisitaldo Antunes (cuja marra de concretista tá mais prá versão fake de um cruzamento de Ferreira Gullar com Rogério Skylab, mas sem talento) enchem o saco e a Marisa Monte usa sua melhor ferramenta - a voz - pra berrar...
As letras - sem exceção - são um engodo.
As melodias, por imposição da tal pseudo-vanguarda pós neo tudo, são óbvias mas devidamente camufladas por sons alheios e estranhos.
Cara, não salva nada!!!
Música pra enganar vanguarda de boutique, vender nos Mundo Mix da vida e fazer caixa pra gravadora. E ainda tem DVD...
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No contraponto, a maravilhosa Teresa Cristina (por enquanto exclusividade de nós cariocas) acabou de lançar um album duplo com a obra do Paulinho da Viola.
Teresa canta de olhos fechados, não tem uma voz poderosa, nem uma presença cênica de diva, pelo contrário, nela tudo se resume a uma palavra: contenção.
É isso, contida - assim como o Paulinho da Viola - ela fez fama nas noites do Bar Semente, na Lapa, e agora vai ganhar mundo.
Sua voz delicada e a perfeição na divisão melódica e rítimica do bom samba, em breve, serão de todos....
Amém!

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